terça-feira, 2 de novembro de 2010

FINADOS

Não se caça nem se pesca no dia 2 de novembro, DIA DOS MORTOS. As supertições portuguesas, proibições e respeitos do Dia de Finados continuam em todo o Brasil, especialmente entre as populações do interior e das praias. Assombrações e cortejos fúnebres, visitas macabras de esqueletos e caveiras pertencem a esse dia simbólico. As almas dos afogados passeiam por cima das águas do mar e dos açudes, espalhando pavor. É o dia em que as almas visitam os lugares onde viveram ou foram seus corpos assassinados. Nas HORAS ABERTAS é preciso coragem para atravessar os sítios onde houve morte de homem, e mesmo as encruzilhadas e os cantos sombrios. A comemoração OMNIUM FIDELIUM DEFUNCTORUM, datando do século X, mantém tradição imemorial em todos os cultos religiosos. A decoração dos túmulos e a visita aos cemitérios ambientam, no espírito popular, crendices incontáveis. As sepulturas são cobertas de flores, com exibição de castiçais de prata, velas acesas, outrora guardadas, o dia inteiro, pelos escravos fiéis.
Os negros iorubanos realizavam os adamorixás, funerais com preces, cantos e danças. Em outros lugares as refeições fúnebres tinham cerimonial impressionante pela compostura e silêncio dos componentes. (DICINONÁRIO DO FOLCLORE BRASILEIRO, Luiz da Câmara Cascudo)